05/06/2009 O GLOBO
Ministro afirma que mudanças não saem antes do fim de 2010
A aprovação da reforma tributária na gestão do presidente Lula foi descartada pelo próprio governo. Ao discursar ontem em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que tudo indica que a reforma não será concluída até o fim de 2010. Para ele, o governo fez avanços nessa área, como a implementação do Simples Nacional (sistema simplificado de pagamento de tributos para micro e pequenas empresas) e a adoção de desonerações para combater os efeitos da crise financeira mundial, mas uma reforma profunda está longe de se tornar realidade:
- Tudo indica que vamos terminar 2010 sem ter feito uma reforma tributária.
Depois do discurso, Paulo Bernardo acrescentou que isso poderá representar um grande prejuízo para o país. Para ele, a aprovação de uma proposta ampla demandaria grande esforço e muito tempo, o que é pouco provável que aconteça em um ano e meio.
- Com toda a sinceridade, acho que dava para votar. Agora, o problema é que a cada dia fica mais difícil. Aparentemente, quem está vencendo é quem quer manter a guerra fiscal, a burocracia e a carga tributária inalteradas, é muito ruim - disse ele, lembrando que, se a reforma tributária ficar para 2011, ela só começará a ser implementada em 2013.
Já o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, foi mais cauteloso e otimista. Destacou que a reforma já está na pauta do Congresso e tem condições de ser votada.
- Talvez não tenhamos chegado ao sonho nosso, de uma reforma perfeita. Mas a (reforma) que está lá é necessária.