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01/06/2009 ZERO HORA
A visão de quem tem a confiança dos gaúchos
Instituições citadas em pesquisa apontam saídas para turbulência
Apontadas pela pesquisa da empresa Fato como as instituições mais confiáveis para ajudar a superar a crise política estadual, Judiciário, Ministério Público (MP) e Polícia Federal (PF) sugerem diferentes caminhos para que o Rio Grande do Sul vença o problema que preocupa os gaúchos.
Conforme levantamento encomendado pelo Grupo RBS e publicado na edição de domingo de Zero Hora, 90,6% dos entrevistados acreditam que a crise enfrentada pelo governo Yeda Crusius – desde que surgiram suspeitas de uso de caixa 2 na campanha eleitoral da governadora – atrapalha o desenvolvimento do Estado.
O superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto, afirma que a saída é concluir rapidamente as investigações para que o Estado possa trabalhar normalmente:
– A verdade sobre todas as questões tem de vir à tona o mais rápido. Não pode pairar qualquer tipo de dúvida. Todas as instituições devem trabalhar de forma rápida e fazer essa integração para que tudo seja resolvido.
Gasparetto também se diz satisfeito com o resultado da pesquisa por mostrar que a população entende o trabalho da corporação como técnico e independente de governos. À frente do MP, a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, sugere um movimento que promova a ética e o desenvolvimento e fortaleça instituições:
– Estou convicta de que a efetiva atuação dos promotores impulsiona a prática transformadora. Temos uma missão institucional comum que é a defesa da sociedade.
Para o Judiciário, o cenário negativo é estimulado pelo embate político no ano que precede as eleições de 2010. É necessário que o Executivo faça um diagnóstico interno e planeje ações.
– É difícil dar sugestão para outro poder. O Judiciário tenta colaborar com o Estado como um todo, desde o congelamento de custeio e de investimento até a criação de alternativas de receitas. Também age com independência nos seus julgamentos – disse o desembargador Voltaire de Lima Moraes, presidente do Conselho de Relações Institucionais do Tribunal de Justiça.
Em último lugar no ranking de confiança ficou a Assembleia Legislativa. Conforme o presidente da Casa, deputado Ivar Pavan (PT), o resultado é natural porque o Legislativo tem limitações para solucionar a crise.
– Não temos prerrogativas de prender. Isso é passado ao MP e depois ao Judiciário. As pessoas veem que a solução não sai da Assembleia. A Casa só inicia o processo. A análise é correta. Se uma CPI vier e investigar fatos novos, poderá acelerar o processo e contribuir – diz o petista.
Na avaliação do chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel (PSDB), a onda de denúncias contra o governo fragiliza todas as instituições. Por essa razão, é preciso esclarecer os fatos no Judiciário e não na CPI.
– O denuncismo está atingindo o desenvolvimento do Estado. Temos de esclarecer tudo porque o Estado está sendo prejudicado – afirma Wenzel.