Depois de oito tentativas e três anos de manobras e favores políticos de amigos como o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o líder da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), uma confederação que diz representar todos os servidores do país chegou perto de um cofre público e está quase realizando um velho sonho sindical. A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) conseguiu um ofício em que a Câmara dos Deputados admite descontar e repassar a contribuição sindical de seus 16 mil funcionários.
Se a contribuição sindical tivesse sido cobrada neste ano - o correspondente a um dia de salário de cada trabalhador -, a Câmara teria recolhido R$ 4 milhões de seus 16.060 funcionários. A pressão política direta é feita pela confederação, mas com a ajuda do braço operacional, que é o Sindicato dos Servidores do Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União, o poderoso Sindilegis.
O atual presidente da Câmara, Marco Maia (PT), mostra preocupação em não afrontar a lei. Mas Maia continua à espera do parecer da AGU - a qual disse à reportagem, por escrito, que "não foi concluída ainda a manifestação sobre o pagamento de contribuição sindical por parte de órgãos públicos. O caso está sendo analisado pela Consultoria-Geral da União, órgão da AGU".
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