13/06/2011 ZERO HORA
Deputados aliados e sindicatos de servidores não aceitam projetos envolvendo funcionalismoDepois de 17 dias de viagem pela Coreia do Sul, Espanha e Portugal, o governador Tarso Genro desembarcou no aeroporto Salgado Filho pouco antes das 18h de ontem tendo pela frente uma agenda repleta de compromissos regionais. Além das negociações com a base aliada para aprovação do pacote de projetos enviado à Assembleia Legislativa, Tarso deve abrir espaço para os preparativos ao lançamento do programa de erradicação da pobreza, previsto para o dia 30.
– Me parece que os projetos estão bem encaminhados – afirmou Tarso, no Salgado Filho, pouco depois de participar da solenidade do voo inaugural da TAP entre Lisboa e Porto Alegre (leia mais na página 16).
Durante a ausência do governador, o movimento de rejeição ao pacote cresceu entre os servidores públicos, que serão atingidos, em parte, pelo aumento das alíquotas de contribuição previdenciária. Também pode haver resistência contra o projeto na base aliada, sobretudo entre deputados do PDT. Por isso, devem ser intensificadas as reuniões com bancadas aliadas e representantes do governo, de acordo com o chefe de Gabinete, Vinicius Wu.
Segundo o deputado Raul Pont, amanhã deve ocorrer uma reunião entre representantes do governo, do partido e entidades como a CUT, para aplacar as críticas dos próprios petistas contra a reforma da previdência.
– As críticas estão equivocadas, foram feitas porque não leram os projetos – afirmou Pont.
Os projetos chegaram sexta-feira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. Mas não deverão receber parecer, por absoluta falta de tempo hábil, disse ontem o presidente da comissão, Edson Brum (PMDB). Como foram enviados em regime de urgência, precisam ser aprovados até o dia 26, sob pena de trancar a pauta do Legislativo.
Os compromissos
NEGOCIAÇÃO DO PACOTE
O governador Tarso Genro deve dar prioridade a dois assuntos na primeira semana após a sua viagem:
- O governo deve intensificar as negociações com suas bancadas de apoio na Assembleia. O objetivo é garantir a unidade da base aliada. Deputados governistas, como Cassiá Carpes (PTB) e Juliana Brizola (PDT), apresentaram emendas que podem desvirtuar as propostas – o de Cassiá, por exemplo, reduz de 16,5% para 14,5%, o desconto sobre a parcela dos salários que supera o teto de R$ 3.689,66.
PROGRAMABRASIL SEM MISÉRIA
- O governo lança no dia 30 de junho o programa de Erradicação da Pobreza Extrema no RS, que envolverá oito secretarias ligadas a políticas sociais. O objetivo é retirar 300 mil gaúchos de uma situação de vulnerabilidade social.
- A Casa Civil já trabalha na elaboração de um programa semelhante ao Bolsa-Família, que seria complementar ao programa federal.