03/06/2011 ZERO HORA
Tarso Genro Governador
Enquanto servidores protestam em Porto Alegre, da Coreia do Sul o governador Tarso Genro defende o pacote encaminhado à Assembleia.
ZH – Enquanto busca investimentos, como o senhor vê os protestos dos servidores?
Tarso – Não há precedente em que os servidores não tenham se mobilizado para reivindicar direitos e aumentos ou para se opor a alguma medida. Um movimento desse tipo deve ser respeitado, mas é movimento corporativo.
ZH – A meta é tirar direitos?
Tarso – Pelo contrário. O que estamos fazendo, no que se refere à reforma da previdência, é uma proposta que vai contra a tendência mundial de privatização do sistema quando ele quebra. A visão do governo é garantir inclusive as altas aposentadorias, que, às vezes, não correspondem ao padrão aquisitivo do povo brasileiro, mas que têm de ser respeitadas. Quem ganha mais tem de ajudar a bancar as aposentadorias integrais. Porque, na vida real, quem banca as altas aposentadorias são os salários mais baixos.
ZH – Há argumentos para convencer juízes e promotores de que a reforma é necessária?
Tarso – Não. Há argumentos racionais, fortes, de Estado e de apelo social. Mas não argumentos que demovam a corporação de uma visão fechada, porque isso é da tradição das corporações. Mas o Estado não é a soma das corporações. É a síntese do interesse público.
ZH – O senhor acredita na aprovação do projeto?
Tarso – Tenho certeza. Pode ter alguma modificação, mas a Assembleia, pela sua maioria, não vai faltar ao Rio Grande nesse momento. Se o pacote não for aprovado, teremos uma situação de retração, sem investimento público nem espaço fiscal para investimentos.
ANDRÉ MACHADO | Enviado Especial/Seul