11/05/2011 CORREIO DO POVO
O encerramento da produção de calçados no Rio Grande do Sul, decidido pelo grupo Vulcabras/Azaleia, que desempregou 840 trabalhadores no município de Parobé, levou o governador Tarso Genro a anunciar decisão de que serão mudados os critérios para a concessão de incentivos fiscais. Tarso disse que solicitará à Secretaria da Fazenda o histórico de incentivos fiscais concedidos à Azaleia. A finalidade não é para rever decisão do passado ou ressarcimento. Conforme o governador, os incentivos ocorreram dentro da legislação vigente. A informação, porém, servirá de base para o governo alterar critérios sobre a matéria.
Tarso deixou claro que não é contra os incentivos. Mas eles devem ser autorizados para empresas que chegam para "se acoplar à produção já existente no Estado e não sufocá-la ou que tenham esse tipo de atitude", acrescentou ao se referir ao grupo. A Azaleia, continuou o governador, se expandiu no Estado graças a "incentivos homéricos" e agora decidiu ir embora "sem avisar a ninguém" - nem a Fiergs sabia, disse - e não teve consideração, nem respeito com os "recursos do povo".
Na avaliação do governador, a Azaleia deveria ter, pelo menos, feito "uma saída concertada do Rio Grande do Sul para não causar a comoção que está causando". Em artigo publicado em jornais em setembro de 2005, quando a Azaleia demitiu 800 trabalhadores ao fechar fábrica em São Sebastião do Caí, o deputado Fabiano Pereira havia calculado que a empresa teria recebido R$ 40 milhões do Fundopem entre os anos 1994/1998.