10/05/2011 CORREIO DO POVO
Para presidente da Câmara, obtenção de consenso passa por flexibilização
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia, admitiu ontem, em Porto Alegre, que ainda não existe um consenso sobre um dos principais pontos da reforma política: o sistema eleitoral. De acordo com o parlamentar, para tentar negociar o tema, é cogitada uma flexibilização na posição petista, que é favorável ao voto em lista fechada. "Trabalhamos com a possibilidade de combinar voto em lista fechada e voto distrital misto, meio a meio. É uma mediação sobre a qual pode ser construído um acordo", disse Maia.
Questionado sobre se a reforma será "fatiada", uma vez que hoje as discussões levam em conta os pontos sobre os quais há acordo e aqueles sobre os quais não existe entendimento, Maia acabou reforçando as declarações dadas pelo vice-presidente da República, Michel Temer, na semana passada. Durante evento em São Paulo, Temer havia declarado que começavam a surgir dificuldades para a tramitação da reforma em 2011. "Não podemos ter a ilusão de que vamos fazer uma grande reforma política. Vamos aprovar mudanças, mas de forma gradual", reconheceu o presidente da Câmara.
Indagado se há sentido em aprovar uma reforma que contenha o financiamento público de campanha sem o voto em lista, Maia evitou polemizar. "Minha posição é a de financiamento público com voto em lista. É o que eu defendo", resumiu.
Maia garantiu que, sobre alguns temas, há consenso que permite que as alterações sejam aprovadas este ano. Existe acordo sobre o financiamento público, a coincidência das eleições gerais e municipais, o fim das coligações e o tamanho dos mandatos executivos, assim como a mudança na estrutura das suplências do Senado.