12/04/2011 AGÊNCIA CÂMARA
Vários deputados basearam suas propostas para correção da tabela do Imposto de Renda em um relatório elaborado pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) segundo o qual a defasagem é de 64,10% desde 1995.
Segundo o diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco, Luiz Antonio Benedito, a perspectiva no final do ano passado era de que não houvesse correção, e as centrais sindicais, que pediam reajuste de 6,46%, acabaram tendo de reivindicar que pelo menos se mantivesse o reajuste de 4,5% proposto pelo governo. “Qualquer reajuste é melhor que nenhum reajuste, mas sendo igual à inflação você evita perda de salário e aumento da arrecadação em virtude da inflação”, disse Benedito.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (SP), a recuperação da tabela do IR deveria começar agora, com 15% de imediato. A correção pelo IPCA nos anos seguintes também resolveria a questão, segundo o deputado, principalmente porque o governo defende um reajuste pelo centro da meta inflacionária (4,5%), mas as previsões são uma variação nos preços de 6,26% em 2011 e 5% em 2012, segundo dados do Banco Central.
“Não se trata de indexação da economia, você paga imposto sobre renda uma única vez, e não reajustar é colocar mais dinheiro nas mãos do Estado, o que, pelo contrário, enrijece a economia e causa inflação”, disse Rubens Bueno.
O diretor do Sindifisco concordou com o deputado. Segundo Luiz Benedito, se houvesse um movimento maior para desindexar a economia, o argumento do governo estaria correto, mas todos os gastos das famílias fiscalizados pela Receita Federal têm índices de reajuste pela inflação – é o caso das despesas com aluguel, mensalidades escolares, planos de saúde, água, luz e telefone.