Notícias
21/01/2011 AG
O foco do BB
Sem planos de aquisições no mercado brasileiro, um dos principais focos do Banco do Brasil (BB), a maior instituição financeira do país, continuará sendo o mercado de crédito, mesmo com as projeções indicando desaceleração do setor. Ainda que o Banco Central (BC) tenha iniciado, em dezembro último, um processo de aperto monetário, o presidente do BB, Aldemir Bendine — que continuará à frente do banco no governo Dilma Rousseff —, admitiu que o volume de empréstimos que serão concedidos este ano às famílias foi reduzido enquanto as taxas de juros vão subir.
Bendine disse que a carteira de crédito de pessoa física do banco deve se expandir 22% contra os 25% projetados anteriormente. Mesmo assim, a estimativa de aumento da carteira de crédito total do banco, que já chega a R$ 300 bilhões, foi mantida entre 17% e 20%. É que o BB espera que o financiamento voltado às empresas, sobretudo visando aos investimentos, seja maior. Ele, no entanto, não informou de quanto seria essa alta. Hoje, existem R$ 65 bilhões em solicitações de crédito para investimentos, sobretudo para a área de infraestrutura. Desse total, pelo menos R$ 20 bilhões sairão do papel, o que vem sendo considerado um volume importante se for levada em consideração que a carteira total de crédito do banco neste segmento é de cerca de R$ 30 bilhões.
— A presidente (Dilma Rousseff) orientou que o BB continue sendo um agente indutor do mercado bancário — acrescentou Bendine.
O executivo reconheceu que, por causa das medidas restritivas ao crédito anunciadas em dezembro e a elevação da taxa básica de juros decida na quarta-feira pelo BC — de 10,75% para 11,25% ao ano —, a tendência é que os juros cobrados aos consumidores subam. Mas esclareceu que, devido aos menores custos de captação do banco, a alta pode ser branda: — Já houve um aumento do spread médio (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final).
O BB também investirá R$ 1 bilhão para abrir 600 novas agências ou postos de atendimento em 2011, incluindo “agências complementares”, voltadas às cidades de pequeno porte. O objetivo é aproveitar a estrutura dos correspondentes bancários, como supermercados e padarias, para alocar seus funcionários. Bendine também afirmou que permanecerá à frente da instituição — embora tenha salientado que o cargo é definido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela presidente Dilma Rousseff.
Texto de Patrícia Duarte