13/01/2011 CORREIO DO POVO
Sem a companhia do governador Tarso Genro (PT), o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, deve anunciar hoje, às 14h, que o Estado enfrenta situação de crise financeira. "O cenário não é nada bom. Muitas contas ficaram em aberto, temos a previsão de déficit a partir de janeiro. E isso deve se estender pelo ano todo", antecipou um assessor direto do governador.
O diagnóstico que será apresentado à imprensa fora prometido por Tarso ainda em dezembro, quando ele ficou incomodado com as notícias veiculadas pela antecessora Yeda Crusius (PSDB). A tucana afirmava que o petista herdaria o Piratini com R$ 3,6 bilhões em caixa para investimento imediato. Os aliados de Tarso se apressaram em dizer publicamente que os valores pertenciam ao Caixa Único, oriundos de depósitos judiciais, e que não estavam disponíveis para viabilizar gastos do Estado.
Como não pretende passar a impressão de que está preocupado apenas em culpar a antecessora Yeda, o Piratini apresentará uma série de medidas que serão tomadas para buscar recursos que possam cobrir os rombos financeiros que serão anunciados. "Apesar da situação difícil, a ideia não é fazer alarmismo ou crítica exagerada", disse o assessor. É provável que sejam apresentadas outras fontes de financiamento dispostas a negociar com o RS, além do BNDES e do Banco Mundial, que já discutem com o Piratini a concessão de empréstimos de R$ 2 bilhões.
Os diretores da Secretaria de Comunicação, que ontem discutiram com Tonollier o tom da manifestação, não descartavam a inclusão de outro secretário na entrevista coletiva. Ele falaria especificamente sobre a busca de novos investimentos. Tonollier irá questionar o déficit zero de Yeda, afirmando que ele foi construído a partir do descumprimento dos mínimos constitucionais em saúde e educação. Pela ótica petista, a carência de investimento justifica o apontamento de um déficit não somente financeiro, mas de "políticas públicas".