10/01/2011 CORREIO DO POVO
Editorial
A administração pública precisa estar em consonância com as necessidades da população, pois sua principal finalidade é prestar serviços e, assim, contribuir para o bem-estar de todos na sociedade. Para que isso ocorra, é preciso que as autoridades estejam sempre vigilantes a fim de que as diretrizes adotadas e os procedimentos encaminhados estejam de acordo com o que é melhor para o país. Para que se atinja esse objetivo, algumas práticas precisam ser melhoradas e outras revistas.
Um dos entraves para gerir bem o patrimônio público está no fato de que as pessoas que são indicadas para administrar as empresas estatais, ministérios e órgãos públicos, em geral, são fruto de apadrinhamento político. O currículo profissional e a experiência na área não é o que mais conta para a obtenção do cargo. Com isso, o desempenho do ente administrado fica comprometido, pois interesses privados se sobrepõem ao interesse público. Também é visível que os órgãos não estabelecem uma comunicação adequada entre si, criando uma divisão que não permite atuar em conjunto e compartilhar experiências.
Outro ponto a ser corrigido diz respeito às compras governamentais. O governo compra em escala, mas não consegue benefícios com isso. Se organizar as compras, procurando adquirir de forma mais concentrada, poderá obter mais vantagens com os fornecedores, não só financeiras mas também em qualidade dos bens e serviços.
Em uma série de medidas a serem tomadas para melhorar a gestão pública, é claro que não pode faltar o combate ao cancro da corrupção. O desvio de verbas do Erário é algo que precisa receber das autoridades uma prioridade compatível com os graves malefícios que costuma causar. A debilidade em áreas como saúde, educação, saneamento e segurança pública muito tem a ver com o crime de apropriação de recursos do contribuinte. O aperfeiçoamento da gestão pública é um dever dos gestores e um direito inafastável dos brasileiros.