25/11/2010 JORNAL DO COMÉRCIO
O governador eleito Tarso Genro (PT) anunciou ontem mais onze integrantes do secretariado. Com a adesão do PDT à futura gestão, chancelada na manhã de ontem, o petista resolveu confirmar quem já estava definido nos bastidores e alocar outros nomes, de acordo com a indicação de correntes internas do PT e das siglas aliadas.
Das 32 estruturas de primeiro escalão - contando com secretarias, gabinetes e assessorias especiais - previstas no programa de Tarso, 24 já estão com os comandos definidos. Até agora, o PT detém a chefia de 13 órgãos.
Falta ainda ratificar quem ocupará as secretarias de Segurança Pública, Comunicação e Inclusão Digital, Esporte e Lazer, Administração e Recursos Humanos e o Gabinete dos Prefeitos. As três últimas são da cota do PDT, que escolherá duas para ocupar. Ontem, Tarso confirmou o deputado estadual pedetista Ciro Simoni para liderar a Saúde.
O governador eleito apresentou os novos integrantes em uma cerimônia na sede da equipe de transição, no Centro de Treinamentos da Procergs. Tarso fez comentários sobre cada um dos futuros secretários, destacando os perfis e desafios projetados para o próximo mandato (2011-2014).
De antemão, ele já determinou duas tarefas. Maurício Dziedricki (PTB), responsável pela Economia Solidária e Apoio a Micro e Pequena Empresa, terá a missão de negociar com a Assembleia Legislativa a implantação do novo Simples Gaúcho.
E Marcel Frison (PT), da Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, terá que se esforçar para atingir a meta de 50 mil habitações a serem construídas nos quatro anos de gestão.
O petista surpreendeu com a indicação de Márcia Santana (PT) para a pasta das Mulheres. Especulava-se que Jussara Cony (PCdoB) comandaria a área. Entretanto, a comunista acabou ficando com o Meio Ambiente.
Márcia, que é chefe de gabinete da deputada federal petista Maria do Rosário, cumpre a cota destinada à corrente da parlamentar, o Movimento PT. Tarso também fez mais um anúncio de sua cota pessoal: Jorge Guimarães (sem partido). Ele não poupou elogios ao professor da Ufrgs, "um pesquisador de prestígio internacional".
Com as definições da maioria dos membros do primeiro escalão, Tarso não tem pressa para determinar que vai ocupar os cargos no segundo escalão e as diretorias das estatais, fundações e autarquias.
A conclusão dessa nova etapa deve acontecer até 15 de dezembro, quando o petista realizará um seminário para discutir a prática da transversalidade. O conceito, que será adotado no novo governo, determina que nenhum partido deterá todos os cargos relativos à sua pasta.
Por conta disso, Tarso pediu que os secretários confirmados não indiquem quadros para as ramificações das secretarias e formem somente as equipes de seus gabinetes. "Os integrantes precisam ter currículo, não somente uma boa indicação", asseverou.
Apesar de já estar praticamente definido, algumas mudanças ainda podem ocorrer no primeiro escalão. É o caso do futuro titular da Fazenda, Arno Augustin (PT), que foi convidado a permanecer mais um ano no comando da Secretaria do Tesouro Nacional. Com isso, especula-se que Odir Tonolier (PT) possa assumir a pasta até Augustin terminar os trabalhos em Brasília.
Tarso não confirmou Tonolier, mas admite que é uma possibilidade. Ele aguarda para ter certeza de que Augustin permanecerá mesmo na Capital Federal. Na Segurança, o governador eleito espera uma definição quanto aos rumos do delegado Ildo Gasparetto. O atual superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul é cotado para assumir a chefia nacional do órgão.