21/10/2010 CORREIO DO POVO
CARLOS ROLLSING | cbraga@correiodopovo.com.br
Ao cumprir caravana pelo Interior para agradecer a votação recebida no dia 3 de outubro, o governador eleito Tarso Genro (PT) ratificou ontem a defesa da reforma da Previdência estadual, conforme havia discursado na terça-feira, na Capital, em seminário do grupo Agenda 2020. O petista afirmou que pretende implementar no Estado uma previdência complementar estatal.
Tarso negou que se trate de privatização ou de alinhamento às exigências do Banco Mundial. "Tudo está publicado no nosso programa de governo. Não há interferência de órgãos externos", salientou. Um dos objetivos da reforma seria garantir mais equidade nas contribuições dos servidores. "As altas aposentadorias precisam contribuir proporcionalmente ao seu vencimento. Somos contra o cenário em que os salários pequenos e médios financiam os maiores", afirmou Tarso. O futuro modelo gaúcho de previdência complementar deverá ser definido após debates em 2011. Porém, a legislação federal já prevê a possibilidade de os Estados implementarem o sistema. Em síntese, o poder público é responsável por garantir o pagamento de aposentadorias até o teto de R$ 3.467,40. Os servidores que quiserem ampliar o contracheque precisão fazer contribuições extras à previdência complementar paritariamente com o Estado, observando a imposição de tetos mínimos e máximos.
O principal movimento de oposição às intenções do governador eleito Tarso Genro (PT), que pretende criar uma previdência complementar estatal para os servidores públicos, foi feito pela Associação dos Juízes do RS (Ajuris), que publicou nota ontem afirmando que a proposta de reforma segue a tendência "da agenda neoliberal e bem ao agrado do Banco Mundial". O presidente da Ajuris, João Ricardo Costa, criticou as teorizações da Agenda 2020, composta por membros do setor financeiro. "Conhecemos bem esse discurso. Eles criam o monstro e depois apresentam uma solução que vai lhes render muito dinheiro", disse. |