21/10/2010 CORREIO DO POVO
Taline Oppitz
O governador eleito Tarso Genro ainda nem assumiu o comando do Piratini e já enfrenta reação por ter defendido a necessidade de alterações no sistema previdenciário gaúcho. A primeira manifestação pública veio da Ajuris, a Associação dos Juízes do Estado, mas sindicatos como o Cpers também estão insatisfeitos e já articulam mobilizações e resistência. Historicamente, a questão previdenciária é uma das principais dores de cabeça de governantes. No caso de Tarso, o enfrentamento do tema passa ainda pela necessidade de articular um discurso coeso em seu partido, o PT, para que não se criem contradições com opiniões sustentadas por lideranças e deputados nos oito anos em que estiveram no oposição no Rio Grande do Sul. Ontem, petistas se mostraram preocupados e desconfortáveis para se manifestar sobre o embate e o possível desgaste que terão pela frente.
Na defesa de quem?
Integrantes de sindicatos do funcionalismo viram com desconfiança a nota da Ajuris que criticou a fala de Tarso Genro sobre a necessidade de previdência complementar. O texto, que defende que todas as categorias sejam ouvidas sobre o tema antes da adoção de medidas, foi interpretado como movimento visando a interesses exclusivos de juízes, que estão entre os mais bem pagos do Estado.