04/10/2010 CORREIO DO POVO
As primeiras manifestações de Tarso Genro (PT) como governador eleito foram objetivamente direcionadas ao PDT e aos demais partidos e lideranças que poderão integrar a base de sustentação na Assembleia Legislativa a partir de janeiro de 2011.
"Vou procurar o PDT para convidá-los a entrar na nossa unidade. Farei isso com respeito, mas reafirmo que o PDT tem mais identidade conosco do que com o adversário", afirmou Tarso ontem à noite, em entrevista coletiva concedida no comitê de campanha, referindo-se à candidatura de José Fogaça (PMDB), que teve Pompeo de Mattos (PDT) como vice. Com as exceções do PSDB, do Dem e do PMDB, o petista disse que irá procurar todas as lideranças políticas para ampliar a sua coalizão e garantir a governabilidade.
"Quero ouvir o PP e o PTB. Quero saber o que eles pensam sobre o futuro do Estado. Mas eu não creio que PMDB, PSDB e Dem estejam dispostos a dialogar conosco. Eles têm uma nítida postura de oposição a nós e ao governo Lula", afirmou.
Tarso ainda comentou a histórica e inédita vitória no primeiro turno e admitiu que isso era impensável no início da campanha. "Percebemos a chance de ganhar no primeiro turno, somente há 30 dias. Sentimos isso nas ruas. Montamos uma estratégia e eu ousei fazer esse sinal numa pequena cidade do Interior. Isso pegou", disse Tarso, referindo-se ao gesto em que ele erguia o dedo indicador direito para simbolizar a possibilidade de vitória no primeiro turno.
Tarso Genro acredita que a atuação como ministro de quatro pastas do governo Lula foi decisiva para concretizar a conquista eleitoral. "O padrão de disputa mudou no Rio Grande do Sul depois de tudo o que foi feito nos oito anos do governo Lula. O que importa agora é a capacidade de gestão e a defesa de um projeto nacional", argumentou.