26/08/2010 CORREIO DO POVO
Investigação interna da Receita Federal revela que acessos suspeitos aos sigilos fiscais de adversários do PT foram além do manuseio dos dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Os documentos mostram que, no mesmo dia, do mesmo computador e em sequência, servidores do Fisco abriram os dados sigilosos de Eduardo Jorge e de mais três pessoas ligadas à cúpula do PSDB: Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.
As informações foram parar em um dossiê que teria sido montado por integrantes do comitê de campanha da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). A oposição acusa funcionários do governo de violarem os sigilos fiscais de tucanos para fabricar dossiês na campanha eleitoral. A investigação da corregedoria da Receita revela que o terminal usado foi o da servidora Adeilda Ferreira Leão dos Santos. A senha era de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva.
Às 12h27, foi aberta a declaração de renda de 2009 de Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso. Três minutos depois, acessaram os dados do empresário Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima do presidenciável José Serra. Às 12h31min, a declaração de renda de Ricardo Sérgio foi aberta. Ele foi diretor do Banco do Brasil no governo FHC. Pouco depois, o mesmo terminal acessou as declarações de renda de 2008 e 2009 de Eduardo Jorge. As duas funcionárias negam ter aberto os dados. Dona da senha, Antonia diz que repassou o código a duas colegas e que não sabe quem fez as consultas.