28/07/2010 JORNAL DO COMÉRCIO
Iniciando a série de conversas com os concorrentes ao Palácio Piratini nestas eleições, os integrantes da Agenda 2020 levaram ontem um conjunto de propostas para resolver os problemas do Estado ao candidato Tarso Genro (PT).
O grupo formado por empresários, ONGs, órgãos governamentais e técnicos independentes organizou 96 propostas e 37 projetos para solucionar problemas crônicos através da administração pública. "Nosso objetivo é transformar o Rio Grande do Sul no melhor Estado para se viver e trabalhar até 2020", explicou o integrante do Fórum de Gestão da Agenda 2020 Anton Karl Biedermann.
Uma das bandeiras defendidas pela instituição, a reforma previdenciária, foi foco da conversa com o petista. "É preciso que a previdência estadual se torne menos onerosa ao orçamento", pontuou o diretor-técnico Paulo de Tarso, acrescentando que o Estado gasta 30,8% da Receita Corrente Líquida (RCL) com aposentados e pensionistas.
Para o candidato, os principais entraves à reforma da previdência são políticos. "O que temos hoje é um sistema injusto. Quem banca as altas aposentadorias são os pequenos salários", criticou.
Tarso acredita que deve ser implementada uma legislação transitória durante a reforma para que não se percam direitos adquiridos pelos pensionistas. "É uma questão política que temos de enfrentar. O ideal seria estabelecer um piso alto e um teto baixo para a previdência", considerou.
Na avaliação do petista, a questão é um problema de distribuição de renda, pois do jeito que está gera desigualdades sociais. "Altos salários são pagos a quem não contribui", apontou.
Durante o encontro, Tarso convidou os integrantes da Agenda 2020 para participarem do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que deseja implantar se for eleito o próximo governador do Estado. "São propostas interessantes que devem ser submetidas a uma estrutura de discussão mais ampla", concluiu. Ao longo da próxima semana, a instituição se reunirá com os demais nomes e promoverá um painel com todos os candidatos no final do próximo mês. "O que interessa é termos um Rio Grande melhor. Quem a sociedade escolher para governar nos próximos anos a Agenda 2020 abraçará", aludiu o diretor-executivo da entidade, Ronald Krummenauer.