12/07/2010 O ESTADO DE SÃO PAULO
Para o tucano José Serra, o Brasil tem a maior carga tributária do mundo entre os países emergentes e sem contrapartida de serviços de qualidade ao contribuinte. O pior, segundo o candidato do PSDB, é que quanto mais pobre, mais se paga imposto no Brasil, porque os tributos estão embutidos nos preços dos produtos e serviços. Os mais pobres pagam mais porque um alimento consumido por um banqueiro traz a mesma carga tributária do alimento consumido por qualquer funcionário do seu banco.
A maioria da população sabe que paga impostos sobre os produtos de consumo, mas não faz a menor ideia de quanto paga de tributos sobre produtos essenciais como alimentos, artigos de higiene pessoal e limpeza doméstica. O motivo é simples: o valor dos impostos, contribuições e taxas não é discriminado na embalagem de cada produto. Não por acaso, entre as propostas de Serra, estão projetos para detalhar aos consumidores a quantidade de impostos embutidos em cada produto e criar, a exemplo do que fez em São Paulo, a Nota Fiscal Brasileira, para devolver parte dos impostos aos consumidores.
Desoneração. A petista Dilma Rousseff defende a desoneração integral dos investimentos no País como uma de suas plataformas de governo. Ela considera que a redução dos tributos que incidem sobre investimentos já avançou bastante durante o governo do presidente Luiz Inácio Lua da Silva e deve continuar, se ela for eleita.
Para a candidata, o Brasil precisa dar um salto de produtividade. Por isso, não faz sentido onerar os investimentos. Além disso, a candidata do PT pretende trabalhar ainda para reduzir a incidência de tributos sobre a folha de pagamento. Para ela, é uma "perversidade" tributar mais as empresas que empregam mais trabalhadores. A candidata do Partido Verde, Marina Silva, se diz favorável à convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para discussão da assuntos relacionados às reformas, principalmente a tributária. Ela argumenta que não é fácil fazer reforma tributária, e as propostas acabam ficando apenas nas promessas de candidatos.
Marina tem sido cautelosa. Ela diz que, caso seja eleita, não vai aumentar impostos. E que vai trabalhar para que se possam resolver os problemas relacionados à carga tributária e, se possível, até reduzi-la. Para a candidata do PV, não se pode prometer redução da carga tributária, porque seria uma coisa demagógica e eleitoreira.