Os diversos órgãos da administração pública representaram 0,4% do total de organizações formais brasileiras, em 2008, com 18.908 instituições. Apesar da pequena representatividade numérica, o grupo foi responsável por 31,8% dos salários e outras remunerações, no montante de R$ 219 bilhões. Os dados são das estatísticas do Cadastro Geral de Empresas (Cempre) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Comparado com 2007, o número de instituições públicas avançou 31%, percentual bem superior ao crescimento de 4,1% do total de empresas no país. No mesmo período, houve um aumento de 802.467 funcionários públicos (10,1%) e uma melhora nos salários de 29,22%. Para o professor Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília (UnB), a reestruturação de órgãos e a formalidade do setor garantiram esses resultados. “Ao contrário do que pode ocorrer na iniciativa privada, não existem rendas não declaradas ou qualquer tipo de sonegação no pagamento dos empregados do setor público”, comentou. Segundo ele, o aumento dos quadros de funcionários já era esperado, tendo em vista que, em todos os âmbitos, existe um processo de reposição iniciado há alguns anos.
Na Petrobras, por exemplo, há uma expectativa de contratar mais 13 mil empregados até 2013. Hoje são 55.708 trabalhando na holding e mais 21.196 nas subsidiárias. Com investimentos previstos de R$ 340 bilhões no setor de petróleo e gás para os próximos três anos, a tendência é manter a curva crescente de remunerações e postos de trabalho no governo. De acordo com os dados do Cempre, as empresas dessas áreas pagam, em média, entre 10,7 e 23,3 salários mínimos, o que equivale a R$ 5.457 e R$ 11.883, respectivamente. Áreas como infraestrutura e demais fontes de energia também vão demandar profissionais de forma análoga.
Micros e pequenas Das 4,1 milhões de empresas ativas, 3,6 milhões (88,7%) tinham, em 2008, até nove empregados. Na avaliação da analista do IBGE, Kátia Carvalho, as micro e pequenas empresas predominam na estrutura empresarial, porém, isso não se reflete na remuneração dos trabalhadores. São as grandes corporações que garantem os maiores salários. “As pequenas são importantíssimas para a economia, porém a quantidade de novas instituições não corresponde a um crescimento na massa salarial.” Segundo o Cempre, as pessoas jurídicas que empregam 100 ou mais garantem trabalho para 14,3 milhões de brasileiros e 68,1% do pagamento aos funcionários.
Na iniciativa privada, o comércio teve a maior parcela de participação no pessoal ocupado (30%), seguido da indústria de transformação (24,5%) e das atividades administrativas (10,3%). Das 87 divisões de setores, 20 concentraram 70,7% dos empregados e 59,8% do total de salários. Os cinco grupos com maior empregabilidade foram comércio varejista (18,4%), fabricação de produtos alimentícios (5,3%), transporte terrestre (4,7%), comércio atacadista (4,7%) e alimentação (4%). Juntos, esses setores absorveram mais de um terço dos trabalhadores empregados.
O número 18.908 instituições Total de organizações formais brasileiras inscritas no Cadastro Geral de Empresas
|