06/04/2010 CORREIO DO POVO
Uma reunião entre integrantes da cúpula do PSDB e a governadora Yeda Crusius, no início da noite de ontem, definiu o nome de Bercílio Silva (PSDB) como o novo chefe da Casa Civil. Na escolha do tucano prevaleceu sua trajetória dentro do partido, no qual ocupou diversos cargos na executiva, e a afinidade com a governadora. Ex-superintendente do Porto de Rio Grande e ex-coordenador da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, Bercílio terá uma tarefa mais fácil do que seus antecessores. Sem projetos polêmicos do Executivo no Parlamento, a Casa Civil provavelmente viverá dias com menos turbulência.
A escolha de Bercílio, no entanto, garante a presença de um tucano num dos cargos mais cobiçados por partidos que podem compor aliança com o PSDB nas eleições deste ano.
Uma reunião marcada para hoje na sede do PSDB entre o grupo de transição do Piratini e lideranças partidárias da base aliada (PP e PPS) também definirá outras mudanças no Secretariado. O PPS deverá garantir as indicações dos substitutos para o Meio Ambiente e a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo 2014. Os progressistas, por sua vez, têm como objetivo levar à cúpula tucana a garantia de que o PP irá assegurar apoio político ao governo, independentemente de um acerto entre as siglas.
Nos bastidores, o PP busca manter as secretarias da Ciência e Tecnologia, Agricultura e Cultura. Ao perder a Casa Civil, os progressistas podem ser recompensados com mais uma Pasta no Executivo. Representantes de PP e PPS esperam que a governadora mantenha os adjuntos nos cargos, mesmo sem nomeá-los em definitivo para as funções. Apesar de contarem com candidaturas próprias na briga pelo Piratini, PMDB e PTB devem manter seus cargos no governo. Yeda deve anunciar hoje também lista tríplice para o cargo de procurador-geral.