13/01/2010 CORREIO DO POVO
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (sem partido), de cinco aliados, dois deputados distritais, seis empresas e duas organizações não governamentais (ONGs). A decisão foi tomada pelo ministro Fernando Gonçalves em 18 de dezembro, mas só ontem ele autorizou a divulgação da medida.
Os deputados atingidos pela decisão foram o presidente da Câmara, Leonardo Prudente (sem partido), e a líder do governo na Casa, Eurides Brito (PMDB), flagrados em vídeo ao receber dinheiro das mãos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo de Arruda e delator do esquema ao Ministério Público. Nas imagens, Prudente guardava o dinheiro nas meias.
Os demais aliados de Arruda que tiveram os sigilos quebrados são Fábio Simão (ex-chefe de gabinete), Domingos Lamoglia (conselheiro do Tribunal de Contas do DF), Omézio Pontes (ex-assessor de imprensa), José Luiz Valente (ex-secretário de Educação) e Gibrail Gebrim (ex-funcionário da Secretaria de Educação). As empresas atingidas são Adler Assessoramento Empresarial e Representações, Vertax Consultoria, Info Educacional, Uni Repro Serviços Tecnológicos, Linknet Tecnologia e Telecomunicações, CTIS Informática, além das ONGs Instituto Fraterna e Associação Brasiliense dos Amigos do Arruda.
Ex-chefe de gabinete de Arruda na Câmara dos Deputados, Lamoglia foi indicado para o cargo de conselheiro do tribunal pelo próprio governador. Segundo Durval Barbosa, ele determinava quanto deveria ser arrecadado no esquema de corrupção.
Simão é apontado como o responsável por gerenciar os contratos de serviços terceirizados do governo, arrecadar dinheiro de propina dessas empresas e repassá-lo a quem Arruda determinasse. Omézio aparece em pelo menos dois vídeos recebendo, segundo Barbosa, mais de R$ 200 mil. Valente é acusado de ter recebido R$ 60 mil de empresa contratada para prestar serviços ao governo do DF.