23/10/2009 ZERO HORA
Há um ano e meio, uma cerimônia divulgou com pompa no Palácio Piratini o que seria uma nova fase no Detran para superar o trauma deixado pela fraude de R$ 44 milhões descoberta na Operação Rodin da Polícia Federal. A principal mudança anunciada naquele 24 de abril de 2008, no entanto, só se consumou ontem e foi a estrela de um palco montado no pátio da Secretaria da Segurança Pública.
A reestruturação demorou, mas veio com a promessa de gerar uma economia de R$ 30 milhões ao ano. O Estado passou a ser responsável pela elaboração e aplicação dos testes para a carteira de motorista. Até 15 de outubro, R$ 40 milhões ao ano eram repassados pelo serviço para a Fundae, fundação pivô do escândalo na autarquia. Agora, estima-se que os testes para a carteira custarão ao Estado cerca de R$ 10 milhões.
– Há uma nova instituição nascendo hoje, o Detran Público. Esse, sim, é filho meu – declarou a governadora.
A nova cara da autarquia recebeu até um nome: Novo Departamento Estadual de Trânsito – Detran Público. Como parte da reestruturação, o quadro de servidores saltou no último ano de 162 pessoas para 520 concursados. Parte integra as fileiras da recém-criada carreira de examinador e parte reforçará a divisão de fiscalização, concebida para evitar que problemas como o de depósito e remoção de veículos em Porto Alegre se repita.
Até junho, a autarquia que arrecada anualmente cerca de R$ 600 milhões sequer tinha veículos de trabalho em condições de serviço. Hoje, uma frota de 66 veículos foi comprada.
Quarto presidente do Detran no governo Yeda Crusius, Sérgio Filomena diz que nesse novo formato será possível, por exemplo, acelerar o leilão de carros apreendidos. A criação do CFC modelo, no entanto, deve demorar. A ideia era criar em Porto Alegre um centro operado por servidores públicos, o que possibilitaria ao Estado ter um parâmetro sobre os preços e a qualidade dos serviços terceirizados. Outra medida seria a criação do Pátio Legal, depósito dos veículos retidos