22/10/2009 CORREIO DO POVO
A governadora Yeda Crusius (PSDB) concedeu ontem a primeira entrevista coletiva após a exclusão de seu nome da ação de improbidade administrativa ajuizada por procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do arquivamento do pedido de impeachment pela Assembleia. Em tom de desabafo, Yeda abordou temas polêmicos como a compra da sua casa, a convivência com o vice-governador Paulo Feijó (Dem) e a possibilidade de concorrer à reeleição em 2010.
Ela justificou o fato de não ter se manifestado antes. "Venho sendo atacada, às vezes com violência, e desde o início da nossa gestão. Sei que os segmentos radicais da oposição e seus sócios não vão parar. Decidi que só falaria quando não restasse dúvida por parte da Justiça e da Assembleia." Em uma espécie de mea culpa, declarou ter cometido dois erros. "Errei quando aceitei ter como candidato a vice aquele que tenho e não tive sucesso em tentar trocá-lo ainda durante a campanha. Tenho que pedir desculpas por este erro." O segundo erro, conforme Yeda, envolve a compra de sua casa. "Cometi também um erro político ao comprar minha casa logo após a eleição. Deveria ter previsto que provocaria desconfianças mesmo com cada passo registrado."
A governadora pontuou ainda que todas investigações a respeito da compra do imóvel já foram feitas e concluíram pela sua legalidade.
Em um segundo momento, quando respondia aos jornalistas, disse desejar que as investigações sigam e cheguem ao seu final. Ela também argumentou que não poderia morar no Palácio do governo porque "todos sabem que o Piratini não apresenta condições para moradia." "Onde é que eu ia morar? Me desfiz de todos os meus outros bens. Se errei, e acho que errei, mais uma vez foi na hora política", disse a governadora.