16/10/2009 CORREIO DO POVO
A oposição comemorou na Assembleia a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) em liberar o acesso ao conteúdo da Operação Solidária para a CPI da Corrupção. A presidente da CPI, deputada Stela Farias (PT), classificou de " verdadeiro paiol" o material que deverá receber entre terça e quarta-feira da próxima semana. Segundo ela, o TRF está fazendo cópias dos documentos e das mídias, que contém vídeos e áudios de depoimentos e conversas telefônicas interceptadas legalmente pela Polícia Federal. "Vamos entrar numa nova fase na CPI em que estaremos investigando uma fraude dez vezes maior que a do Detran", estima ela. A oposição calcula que foram desviados R$ 300 milhões nas supostas fraudes investigadas em 14 inquéritos pela Operação Solidária.
Para a oposição, o material da Solidária dá novo fôlego à CPI porque, por meio dele, será possível fazer conexões entre vários agentes políticos que também são investigados pela Operação Rodin, que apura o suposto desvio de R$ 44 milhões do Detran. A presidente da CPI deverá oficiar aos demais deputados da chegada do material e, em seguida, guardá-lo no cofre da Assembleia. Depois vai propor o início imediato da análise das ações, o que poderá se feito em reuniões fechadas em razão do sigilo de Justiça.
O relator da CPI, deputado Coffy Rodrigues (PSDB), não quis se manifestar sobre o conteúdo do material liberado. Limitou-se a criticar a deputada Stela Farias por ter feito a solicitação ao TRF sem aprovação da Comissão. "Pretendo ter acesso à Operação Solidária, mas este material só vai constar do relatório da CPI com o aval dos membros da Comissão", avisou. Coffy já havia adotado a mesma postura com relação à ação do MPF.