13/08/2009 JORNAL DO COMÉRCIO
O chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, admitiu ontem que as mudanças na “equipe palaciana”, anunciadas por ele há um mês, ficaram na esfera “das relações”, sem interferir na troca de pessoas que ocupam cargos no governo, como era esperado.
Antes da ação do Ministério Público Federal (MPF), era dado como certo o afastamento de alguns assessores da governadora Yeda Crusius: o chefe de gabinete, Ricardo Lied - envolvido no episódio que resultou no afastamento do ex-diretor do Detran Sérgio Buchmann -, e Walna Vilarins Meneses, uma das nove pessoas que o MPF denunciou à Justiça por improbidade administrativa.
No secretariado, também cogitava-se a saída de Rogerio Porto, da Irrigação, e de Marco Alba, da Habitação. Ontem, Wenzel disse que o remanejamento da equipe não ocorrerá. “As modificações foram nas questões que envolvem a Casa Civil, numa mudança de atitude com relação aos parlamentares”, justificou.
O chefe da Casa Civil citou alterações no encontro do conselho político, às segundas-feiras. Disse que, diante da crise, o governo irá apostar nas conversas individuais com a base, a exemplo do que aconteceu na segunda-feira, quando Yeda fez uma série de reuniões as bancadas aliadas.
“Vamos ter esta sequência: conselho político, reuniões com as bancadas, conversas individuais. Sempre buscando proximidade e interação, com respeito total a independência e harmonia dos poderes”, explicou.
Sobre a instalação da CPI da Corrupção na Assembleia, Wenzel disse que a orientação do governo é agir quando demandado, sem interferir na autonomia dos deputados. “O Executivo vai participar naquilo que lhe cabe”, afirmou, ao apostar que os governistas conseguirão maioria na comissão.
Com respeito ao vazamento de informações contidas na ação do MPF, Wenzel sustentou que o Palácio tem uma equipe de advogados analisando o documento e que caberá a ela responder sobre as questões.