13/08/2009 ZERO HORA
Os advogados de Yeda Crusius deram ontem versões conflitantes sobre o empréstimo de R$ 90,5 mil da assessora Walna Vilarins Meneses à governadora.
Fabio Medina, que defende a governadora diante da ação de improbidade administrativa ajuizada por procuradores da República, disse que o empréstimo teve por finalidade “agilizar a compra” da casa da governadora na Rua Araruama, zona norte da Capital. Paulo Olimpio Gomes de Souza, que representou Yeda no esclarecimento junto ao Ministério Público de Contas sobre a aquisição do imóvel, disse que Yeda não recorreu a nenhum empréstimo para realizar a operação.
“A finalidade do empréstimo foi agilizar a compra de sua casa (de Yeda). Foi obtido junto à assessora porque ela própria viabilizou”, escreveu Medina em e-mail em resposta a questionamentos enviados por ZH. “A governadora informa que seus sigilos fiscais e bancários ficam à disposição das autoridades para o exame cabível, se assim for requisitado”, completou o advogado.
De acordo com Medina, o compromisso já foi honrado. O advogado, constituído por Yeda como seu defensor frente à ação do MPF, afirma que foi uma “operação perfeitamente regular”. Ele explica que se trata de um contrato de mútuo registrado no Imposto de Renda da governadora e de conhecimento das autoridades públicas competentes.
A versão de Paulo Olimpio (leia entrevista ao lado) é distinta:
– Não foi usado nenhum valor de empréstimo de Walna.
O empréstimo é citado na ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a governadora e outras oito pessoas, entre elas Walna. Os procuradores classificaram a operação como “inusitada”. O texto do MPF diz que, em 2007, Walna emprestou à governadora R$ 90,5 mil. Para isso, a assessora se socorreu de um financiamento de R$ 70,7 mil junto ao Banco do Brasil. Dos R$ 90,5 mil, conforme a declaração da assessora citada pela ação, Yeda teria pago R$ 32,6 mil naquele ano e restariam R$ 57,8 mil a serem quitados.