11/08/2009 ZERO HORA
Carlos Crusius |
- Na ação do MPF, diz-se que o ex-marido da governadora “atuava como beneficiário direto e no recebimento de propina”. A ação cita depoimento de Sérgio Buchmann, então presidente do Detran, segundo o qual Carlos Crusius teria estabelecido a nova porcentagem de propina repartida entre o casal e o consultor de empresas Lair Ferst, que sairia perdendo com a nova divisão. O ex-marido de Yeda Crusius evita se manifestar sobre o caso. |
Delson Martini |
- O ex-presidente da CEEE, segundo a ação, seria o responsável por receber a propina destinada a Yeda. O dinheiro seria repassado a ele por Antônio Dorneu Maciel em seu gabinete. Delson repassaria os recursos para Walna Vilarins Meneses, assessora da governadora. Conforme gravação entre Lair Ferst e Marcelo Cavalcante, ele teria feito oferta em dinheiro ao primeiro para comprar seu silêncio. O advogado Norberto Flach diz que o único apoio das acusações são as gravações entre o Lair e Cavalcante. O MPF, diz ele, admite não haver evidência de ele ter recebido valores. |
Frederico Antunes |
- A ação diz que foi possível chegar ao nome do deputado estadual do PP a partir de outras investigações, como a Operação Solidária. O MPF diz que o parlamentar recebia propina do Detran da parcela denominada “partidos”. Um dos argumentos contra Antunes é a ameaça feita por Flavio Vaz Netto. O ex-presidente do Detran o pressionou para que defendesse a procuradora do Estado Andrea Flores Vieira, sua amiga, na CPI. Além disso, diz a ação, Antunes teria trabalhado para obstruir a comissão. O advogado Ricardo Giuliani diz estar analisando o conteúdo da ação. |
João Luiz Vargas |
- Para o MPF, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), ao lado da Pensant Consultores, tinha o controle do esquema. O ex-deputado do PDT teria participado da gestação da fraude à partilha dos recursos desviados. Há transcrição de escuta em que Vargas fala com Ferdinando Fernandes sobre “bolas para jogar futebol”. Para o MPF, estão tratando de propina. O advogado Andre Cezar diz que o documento não relata uma conduta individual do réu a ponto de se poder fazer alguma referência mais específica sobre a citação. Ele afirma que não há envolvimento de Vargas. |
José Otávio Germano |
- Segundo o MPF, o parlamentar “atuou diretamente como um dos principais mentores e beneficiários do mega-esquema fraudulento encetado em detrimento do Detran gaúcho”. As acusações contra o deputado federal do PP estão reunidas em 307 páginas. A ação diz que o irmão dele, Luiz Paulo Rosek Germano, recebia a propina destinada ao parlamentar. Num segundo momento, o dinheiro era entregue por Antônio Dorneu Maciel, então diretor da CEEE. Em nota, o deputado disse não ter conhecimento de que a investigação tenha sido precedida de autorização do STF, como exige a Constituição. Ele destaca não ter sido chamado para prestar esclarecimentos. |
Luiz Fernando Záchia |
- Para o MPF, o deputado do PMDB teria usado da posição para cobrar propina. Depoimentos à PF indicariam que os valores repassados a Záchia fariam parte da parcela destinada aos partidos. Em escuta, Flavio Vaz Netto e Antônio Dorneu Maciel comentam necessidade de comunicar o então chefe da Casa Civil sobre atraso na propina. Záquia diz estar tranquilo porque todos os diálogos seriam conversas políticas inerentes à chefia da Casa Civil. |
Rubens Bordini |
- Ex-aluno de Yeda, o economista sempre atuou como tesoureiro das campanhas da governadora. Para o MPF, ele participou do esquema na “condição de recebedor de valores indevidos destinados à ré Yeda Crusius”. O envolvimento teria se iniciado na campanha de 2006. A ação diz que ele teria atuado diretamente na fraude do Detran ao menos uma vez, quando recebeu propinas, conforme diálogos entre Lair Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-assessor morto em fevereiro. Desde as denúncias do PSOL em fevereiro, rejeitado suspeitas de caixa 2 na campanha de Yeda. |
Walna Vilarins Meneses |
- Fazia contatos com Chico Fraga, então secretário de Canoas, e Antônio Dorneu Maciel. Em escuta entre Fraga e Neide Bernardes, da Magna Engenharia, falam de um comentário de Lair Ferst de que Walna tinha padrão de vida superior aos ganhos. Pela ação, Walna “exercia uma função auxiliar da ré Yeda Crusius, operando o esquema de propinas, recebendo e efetivando repasses de valores”. O advogado Norberto Flach afirma não haver provas consistentes contra ela. Para ele, é improcedente a citação dela. |