17/05/2011
Em café da manhã realizado no Galpão Crioulo do Palácio Piratini na manhã desta terça-feira (17) o governador Tarso Genro pediu aos agentes fiscais que realizem um “sacrifício e um pacto político” apoiando as medidas que serão encaminhadas pelo governo do RS à Assembleia Legislativa. “Nessa situação emergencial, os trabalhadores tem que bancar. Não há outra solução”, afirmou o governador referindo-se ao aumento de alíquota do desconto previdenciário para os servidores que ganham acima do limite do Regime Geral de Previdência, hoje fixado em R$ 3.689,66. Tarso também disse entender o descontentamento dos servidores com a proposta do Executivo. “Eu teria a mesma reação de vocês”, afirmou. O governador escutou os presidentes das entidades, que apresentaram uma série de propostas estruturais que ajudarão a equalizar as finanças gaúchas. Para Luiz Antônio Bins, presidente do Sindifisco-RS, entre uma serie de medidas, necessárias, afirmou que o Estado deve “iniciar o processo de rediscussão do pacto federativo” para assim buscar condições de sustentabilidade. Bins lembrou também que a Fazenda passa pelo seu melhor momento nos últimos 20, 30 anos, com a equipe motivada, cumprindo metas, e que se não houver fatores que atrapalhem essa motivação, é possível “buscar melhores resultados”. Bins pediu ainda ao governador que haja um maior debate em torno das alternativas ao que chamou de “aumento da carga tributária específica dos servidores públicos”. O presidente da Afisvec, Abel Henrique Ferreira, solicitou ao governador que, caso ele encaminhe realmente o pacote à Assembleia Legislativa, não o faça em regime de urgência. “Vamos discutir mais com a sociedade. Não se pode encaminhar sem discussão, pois não condiz com a política que vossa excelência defende”, afirmou Abel, lembrando ao governador que a categoria realizará uma Assembleia Geral Extraordinária na próxima quinta-feira (19) para discutir o pacote do governo do RS. O governador admitiu que “faltou diálogo” com as categorias de servidores que serão afetadas diretamente com o aumento de alíquota do IPE. O secretário da Fazenda, Odir Tonollier, disse que o governo se propôs a manter o regime próprio público de Previdência aos servidores e que essa “opção dura” tem um custo financeiro e político. Ao final do café da manhã, Tarso Genro admitiu que se houver uma melhora do sistema de previdência com a aprovação da proposta, ele poderá voltar a reduzir a alíquota de contribuição dos servidores. O secretário da Fazenda chamou os presidentes das entidades para conversar no final da tarde desta terça-feira.