13/04/2009 ZERO HORA
Desembarcou ontem à tarde em Porto Alegre o novo diretor do Banco Mundial (Bird) para o Brasil, o senegalês Makhtar Diop. Diop chega ao Estado para acompanhar hoje e amanhã as ações governamentais assumidas como contrapartidas no contrato de empréstimo para reestruturação da dívida.
Antes de se encontrar com a governadora Yeda Crusius e os grupos técnicos das secretarias da Fazenda e do Planejamento, o diretor não quis falar sobre o assunto.
– Cheguei hoje às 14h. Amanhã (hoje), depois das reuniões a gente conversa – disse Diop, em frente ao saguão do hotel onde está hospedado, logo após retornar a pé de um restaurante.
A principal discussão que norteará os dois dias de trabalho deve ser a possibilidade de antecipação da segunda parcela do financiamento de US$ 1,1 bilhão concedido ao Estado, prevista para 2010. Para conseguir a liberação dos recursos, o Estado deve cumprir compromissos que envolvem metas fiscais e modernização da máquina pública.
O Estado acredita, entretanto, que tem condições de honrar com a sua parte e conseguir a liberação da segunda parcela da operação, de US$ 450 milhões, ainda em 2009.
Executivo pedirá ajuda de poderes para manter ajuste
O principal argumento do Piratini na nova negociação com o Bird – o zeramento do déficit – porém, está em risco. Para manter as contas em dia, o Executivo e os demais poderes precisarão poupar R$ 491,9 milhões até o final do ano.
Nos primeiros dois meses deste ano deixaram de entrar no caixa do Estado R$ 193 milhões. Os números constam do Relatório de Execução Orçamentária do primeiro bimestre. Cada poder deve fazer um esforço proporcional à participação no orçamento para compensar a queda de arrecadação. Assim, pelos cálculos do governo, o Judiciário teria de economizar R$ 24,9 milhões, a Assembleia Legislativa, R$ 4,9 milhões, o Tribunal de Contas, R$ 3,5 milhões, e o Ministério Público, R$ 7,7 milhões.