12/11/2018 Correio do Povo
A reforma trabalhista, que completou um ano ontem e alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em mais de 100 pontos, gerou menos empregos do que o mercado estimava. Na época em que entrou em vigor, a expectativa do governo era que a reforma contribuísse para a geração de milhares de vagas de emprego. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados (Caged), do Ministério do Trabalho, desde que a lei passou a vigorar, foram criados 372,7 mil postos de empregos formais em todo país. No mesmo período, foram registradas 47.139 contratos de trabalho intermitente. Para o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Joarês Vieira, o resultado ficou aquém do esperado. Para ele, a redução do desemprego não se deu pelo ganho de vagas formais, mas pelo ingresso de pessoas no mercado de trabalho informal. “No setor privado, apenas desconsiderando o setor público e o setor doméstico, o IBGE aponta a perda de 300 mil vagas formais neste período de um ano. Então, o impacto nesse aspecto foi negativo, do nosso ponto de vista”, avalia o procurador, que é coordenador nacional de combate às Fraudes nas Relações de Trabalho do MPT. Na avaliação do Ministério do Trabalho, trabalhadores e empregadores ainda estão se adaptando às novas normas. “Acreditamos que a implantação da Lei 13.467 ainda está em curso, e, talvez, demande mais algum tempo para se consolidar em nosso mercado. No entanto, vemos que a cultura das relações de trabalho está mudando e isso é bom. É um processo gradual”, disse o secretário-executivo substituto da pasta, Admilson Moreira dos Santos, por meio de nota.