06/11/2017 Correio do Povo
O envio de projeto à Assembleia, de reajuste de 5,58% aos servidores ativos e inativos do Tribunal de Justiça, na última semana, terá repercussão mais ampla do que a de abrir a discussão sobre a pauta de reajuste salarial dos poderes para 2018. A iniciativa acabou gerando desconforto em integrantes do Executivo, em função da crise financeira enfrentada pelo Estado, dos sucessivos atrasos salariais de servidores vinculados ao governo e em meio a uma greve do magistério que se encaminha para completar dois meses. Apesar de não ter sido feita nenhuma manifestação pública de integrantes da gestão José Ivo Sartori, a insatisfação ficou evidente. E o Judiciário reagiu.
Comentando o impacto financeiro da reposição proposta pelo TJ, que se aprovada, será de R$ 93 milhões em 2018, o desembargador Túlio Martins afirmou que, em apenas dois dias, o Executivo sacou dos depósitos judiciais R$ 45 milhões, metade do impacto previsto para o reajuste dos servidores do TJ em um ano inteiro. A Assembleia, o Ministério Público e a Defensoria Pública ainda analisam se adotarão a mesma iniciativa do TJ, já que, apesar do congelamento estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, há possibilidade de readequação dos orçamentos dos poderes, retirando valores de outras rubricas para garantir a reposição. O Tribunal de Contas ainda não iniciou discussão sobre o tema.