14/07/2011 O GLOBO
Especialista cobra manutenção de austeridade
BRASÍLIA. Embalados pela emenda da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 que prevê ganho real para os aposentados, parlamentares e sindicalistas planejam grandes mobilizações no segundo semestre para pressionar o governo e o Congresso. Mas especialistas alertam para os riscos de maiores gastos previdenciários e dizem que o governo precisa manter o rigor fiscal, além de se preparar para novas reformas na Previdência Social.
Só o impacto do reajuste do salário mínimo nas contas do governo, em 2012, será de cerca de R$23 bilhões, segundo estimativa do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria. Para as aposentadorias acima do piso, os sindicalistas e parlamentares defendem a inflação do período mais 80% do PIB. Em 2012, isso representaria um aumento real de 6%.
Para os especialistas, se ceder a essas pressões, o governo terá que comprometer o esforço fiscal, reduzindo a meta de superávit primário. O especialista em finanças públicas Fábio Giambiagi disse que, embora a emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) não tenha fixado valores, a sua inclusão na LDO reabre o debate:
- Certamente foi ruim para a política fiscal ter reaberto isso. É preciso que o Ministério da Fazenda e o Executivo se posicionem muito claramente em favor da manutenção da austeridade fiscal em 2012.