25/04/2011 CORREIO DO POVO
Brasília - A equipe econômica do governo Dilma vai contar com um reforço de caixa de pelo menos R$ 16,3 bilhões decorrente de aumentos de tributos para cumprir sua meta fiscal de 2011. A maior parte é fruto de medidas para desacelerar a inflação e conter a entrada de dólares no país, o que teve até agora efeito limitado. O valor representa 13,8% dos R$ 117,9 bilhões que o governo se comprometeu a economizar para pagar juros da dívida pública (o chamado superávit primário) este ano.
Além de elevar a carga tributária de bebidas frias, o que resultará em um ganho de R$ 948 milhões para o Tesouro, o governo vem aumentando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para tentar conter o consumo e o derretimento do dólar. Segundo dados da Receita Federal, a alta do IOF para as compras com cartão de crédito de pessoas físicas no exterior, por exemplo, deve proporcionar uma arrecadação adicional de R$ 802 milhões. Já o IOF mais caro para investimentos estrangeiros em renda fixa renderá R$ 4,5 bilhões.
Alguns economistas defendem a estratégia do governo de usar o IOF, um tributo regulatório, para tentar conter o derretimento do dólar e a alta da inflação. Segundo eles, esse tipo de medida é mais direcionado do que um aumento das taxas de juros, que produz um efeito indiscriminado sobre a economia. Já outros alertam que a alta do IOF não é o suficiente para desestimular o forte fluxo de dólares que busca as altas taxas de juros pagas pelo mercado brasileiro.