19/11/2020 GaúchaZH
Após um pico em agosto e uma melhora entre setembro e outubro, a pandemia de coronavírus dá sinais de piora em novembro em Porto Alegre, indicam estatísticas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A mudança no quadro é apontada por especialistas e reconhecida por prefeitura e governo do Estado, e ocorre em meio ao cansaço da população, ao risco de aglomeração no fim de ano e ao aumento da procura por tratamento de outras doenças.
A piora motivou a prefeitura de Porto Alegre a suspender, nesta quarta-feira (18), novas flexibilizações no comércio. Em nota, o Executivo municipal diz que a medida "se deve ao cenário epidemiológico apresentado nas últimas semanas, com estabilidade e possível tendência de aumento dos indicadores". O governo pede que as pessoas reforcem o distanciamento social.
Em entrevista a GZH, o secretário-adjunto de Saúde de Porto Alegre, Natan Katz, afirma que, caso a piora continue, a prefeitura considera impor novas restrições para promover o distanciamento e evitar problemas no sistema hospitalar.
Especialistas rechaçam a ideia de uma segunda onda de contágio porque o fenômeno é tipicamente europeu: o lockdown impôs uma queda acentuada nas infecções, enquanto que, aqui, manter atividades estabilizou a epidemia em patamares altos de transmissão. Preferem, no lugar, falar de uma piora da primeira onda após a flexibilização de atividades.
As novas mortes em Porto Alegre, o último indicador a sofrer alguma alteração, é o único número em queda, refletindo um cenário de semanas atrás. Mas o volume de novos casos e a busca por hospitais, postos de saúde e unidades de pronto atendimento (UPA) sobe em novembro. Na última semana, o uso de leitos clínicos (estado de saúde moderado a grave) por pacientes com coronavírus foi o maior desde os primeiros dias de setembro.