12/12/2019 Correio do Povo
O governador Eduardo Leite (PSDB) chamou os deputados da base aliada e coordenadores de bancadas para almoço, hoje, às 12h, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini. O encontro pode ser decisivo para o desfecho do pacote de reformas e para a data de votação pelo plenário da Assembleia. No almoço, serão apresentadas aos deputados as alterações nos projetos que alteram as carreiras do funcionalismo e a previdência estadual. A maioria esmagadora das mudanças será relativa à proposta do magistério, que gerou a maior resistência entre parlamentares. A principal delas, a ampliação das diferenças salariais entre os níveis da progressão na carreira. A proposta original do governo, sem chances de ser aprovada, estabelecia o valor de R$ 2.557,80 para o primeiro nível/primeira classe e de apenas R$ 3.887,30 para o último nível/última classe. Este valor será ampliado. Outras alterações que devem ser apresentadas aos aliados na reunião de hoje serão referentes à contribuição previdenciária de inativos com aposentarias a partir de um salário mínimo nacional, hoje em R$ 998,00. A proposta teve como base a Reforma da Previdência aprovada pelo Congresso Nacional, mas o valor deve ser ampliado, para preservar aposentados com baixas remunerações. Há ainda possibilidade de que o governo atenda outro ponto defendido por deputados da base aliada: o estabelecimento de período de transição, na tentativa de diluir o impacto das mudanças ao longo do tempo e de permitir que os servidores atingidos ganhem tempo para organizarem as projeções de suas vidas financeiras. Caso as mudanças sejam consideradas satisfatórias pelos aliados, o Executivo pode tentar viabilizar as análises a partir da próxima terça-feira, como pretende. As categorias, como o magistério, em greve há três semanas, independentemente das alterações apresentadas, não irão recuar e seguirão exigindo a retirada do pacote.
Resistências em todas as bancadas aliadas Considerando o cenário atual, nenhuma das bancadas que integram a base aliada do governo Leite na Assembleia apoia integralmente o pacote de alterações nas carreiras do funcionalismo e na previdência estadual. Ontem, Aloísio Classmann, do PTB, partido do vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, foi categórico ao afirmar que a bancada não apoia o pacote como foi enviado e que alterações terão de ocorrer para evitar a rejeição. Segundo Classmann, desde novembro, quando os textos foram protocolados, ele avisou o governador da situação. Até agora, petebistas estavam cautelosos nas críticas. À exceção de Luís Augusto Lara, que fez recentemente solicitações ao Executivo pela retirada do regime de urgência, mas fez a manifestação como presidente do Legislativo, movido por apelos de representantes sindicais.