02/12/2019 Correio do Povo
Entre a base aliada na Assembleia Legislativa gaúcha, a reunião de líderes de amanhã está sendo apontada como essencial para a definição sobre se o governador Eduardo Leite (PSDB) vai conseguir votar este ano pelo menos alguma parte de seu pacote de reformas, como inicialmente havia projetado. Parlamentares do MDB e do PP, os dois maiores partidos aliados, com oito e seis assentos no Legislativo, respectivamente, argumentam que a reunião vai ser uma espécie de termômetro. Tanto da atual relação do Executivo com as siglas que solicitaram alterações no projeto que muda o plano de carreira do magistério quanto para que os deputados troquem informações a respeito das reivindicações que não param de chegar de suas bases pelo Estado. É c onsenso que o PL 507/2019, do magistério, vai ser modificado. A questão é que as reações ao texto foram tão fortes que as dúvidas agora são sobre como fazer isso. O 507 não recebeu nenhuma emenda. As bancadas de oposição argumentam que o governo não quer dialogar. O maior aliado, o MDB, justificou que são necessárias mais informações. O PP prepara um conjunto de mudanças que o líder da bancada, deputado Sérgio Turra, define como “amplo”. Parte delas decididas durante a reunião da bancada com o presidente estadual da sigla, Celso Bernardi, na última sexta-feira, e outra parte ainda em construção. A ideia de que o líder do governo, deputado Frederico Antunes, que também é do PP, apresente uma emenda com as alterações consolidadas pelo partido na data da votação do texto é uma das possibilidades. Outra hipótese, no entanto, começa a ganhar corpo entre aliados: a de que seja apresentado um substitutivo. Também chamado de emenda substitutiva, este tipo de expediente ocorre quando o relator de determinada matéria faz mudanças tão significativas em uma proposta que acaba por promover uma alteração integral do texto original. Após passar a sexta-feira ouvindo servidores da educação e da segurança, o deputado Sebastião Melo (MDB) admitiu que a hipótese está no radar. “No caso do magistério, o melhor seria o governo fazer um substitutivo. Seria menos confusão”, afirmou.