03/10/2019 Correio do Povo
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) foram ontem às ruas do Rio de Janeiro para cumprir nove mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária contra seis servidores da Receita e pessoas ligadas a eles. Os auditores e analistas do órgão são acusados de usar peças de inquéritos e de processos contra alvos da Lava Jato, principalmente as que tratavam de acúmulo de patrimônio ou de movimentação financeira, para cobrar vantagem indevida da vítima em troca do cancelamento de multas milionárias por sonegação fiscal. Apontado como chefe do grupo, o auditor Marco Aurélio Canal foi o principal alvo da ação, batizada de Armadeira. Canal era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato, criada pela Receita para restituir aos cofres públicos os valores sonegados pelos acusados. A força-tarefa do MPF não mantinha relacionamento direto com a equipe dele, uma vez que a parceria nas fases de investigação era feita com o setor de Inteligência da Receita. A equipe de Canal só atuava depois das operações ostensivas, para cobrar o imposto devido pelos investigados, sem contato com os procuradores.