A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), confirma que "estamos trabalhando para avançar com a reforma no Senado".
- É importante incluir estados e municípios, porém ainda não há um consenso. Talvez, uma PEC paralela seja o caminho. De qualquer sorte, se houver mudança no Senado, o texto precisará voltar para a Câmara. Então, temos muito trabalho pela frente - diz Joice Hasselmann.
Para Tasso Jereissati, uma PEC paralela garante velocidade na aprovação da reforma e pode ajudar na aprovação na Câmara da inclusão de estados e municípios:
- A chance aqui é grande (de incluir municípios e estados). Não posso garantir que vai ser aprovada porque vamos discutir e temos opiniões diversas, mas a possibilidade, pelo que senti conversando com senadores, é muito grande - afirmou. - Quando a gente fala em PEC paralela significa que vamos votar o que passou na Câmara, que é o coração do projeto, e que acho que vamos aprovar com uma rapidez muito grande, até setembro. Ao mesmo tempo, recolocaremos na pauta estados e municípios, sem os quais achamos que a reforma ficaria incompleta. Se aprovarmos no Senado essa parte, o clima vai ser diferente quando voltar à Câmara, porque o coração do texto estará aprovado. A chance de os deputados se mostrarem favoráveis cresce muito.
Líder do bloco parlamentar que reúne PP, MDB e PRB no Senado, Esperidião Amin (PP-SC) confirma que há clima para a tramitação da PEC paralela.
- Discutimos isso na comissão especial de acompanhamento da reforma na Câmara. O sentimento geral é que há condição para aprovar essa inclusão. Não há muita probabilidade de fazer de modo compulsório. Ou seja, colocar na atual proposta a inclusão compulsória. A chance é próxima de zero. A outra possibilidade, que é bem maior, a da PEC paralela, é de que os municípios e os estados tenham 180 dias para, por meio de lei complementar, adotarem a emenda constitucional da Previdência - diz Amin.
Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também defendeu a discussão do assunto em uma PEC restrita ao tema:
- A gente precisa resolver Estados e municípios também. Mas incluir agora e ter uma derrota eu acho que vai azedar a relação do parlamento com os governadores, o que não será uma solução justa, porque a maioria dos governadores tentou colaborar em um entendimento entre a Câmara e os governadores. (...) Vamos ver se o Senado consegue, por ser menor, ajustar isso. E a partir daí volta como PEC paralela e a gente faz um debate em um ambiente um pouco menos tensionado em relação a alguns deputados e alguns governadores.
Deputados concordam. O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), diz que "o Senado faz o que quiser".
- Agora, eles sabem da urgência da aprovação da reforma. Se puderem incluir estados e municípios, é mais fácil fazer por uma PEC paralela - diz. troca.