13/05/2019 Correio do Povo
O compromisso assumido pelo presidente Jair Bolsonaro de rever a defasagem da tabela do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) soa como um alívio para muitos contribuintes, uma vez que, da maneira com que tem sido estipulada a base de cálculo, muitos que poderiam estar isentos acabam sendo taxados. Bolsonaro afirma que já repassou uma orientação para que o ministro Paulo Guedes proceda à alteração para o próximo ano, embora admita que não chegou a dar uma ordem. O que se entende é que, mesmo expressando um desejo, pelo próprio poder que acumula, seu cumprimento é um imperativo diante de uma realidade salarial adversa para um grande contingente de brasileiros que veem sua renda sendo achatada ano a ano. A necessidade da atualização da tabela do IR pode ser defendida com base em cálculos. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), desde 2015, a tabela do Imposto de Renda não sofre modificações e a defasagem atinge 95,46%. A diferença se refere ao reajuste do IPCA acumulado de 1996 a 2018 e as correções da tabela. Essa disparidade leva à taxação de 7,5% de setores de baixa renda. Como bem disse o presidente, a atual sistemática adotada funciona como um redutor de renda. Sabe-se que o governo tem suas atribuições e isso implica recursos para o custeio. Todavia, há que se ter um equilíbrio na arrecadação para que o cidadão possa preservar seu poder de compra e de consumo, o qual, inclusive, dinamiza a economia.