20/03/2019 Valor Econômico
O PDT fechou questão contra a reforma da Previdência em reunião da Convenção Nacional na manhã desta segunda-feira. O encontro ocorreu na sede do partido em Brasília. Na avaliação da legenda, é necessário marcar posição no que classifica como "luta contra os retrocessos".
O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), economista da campanha presidencial de Ciro Gomes, aparecia como o nome mais cotado para assumir a presidência da comissão especial da reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acreditava que o movimento poderia viabilizar votos favoráveis entre parlamentares da oposição ao goda oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Punição A vice-presidente nacional do PDT e presidente nacional da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Miguelina Vecchio, defendeu que os parlamentares que votarem a favor da reforma da Previdência sofram punições mais duras. A dirigente da legenda sugeriu que parlamentares que não sigam a oriorientação da sigla não devem ser beneficiários, por exemplo, do fundo partidário. "Se isso acontecer [de votarem contra a orientação], temos que cortar na carne. Aqui, o que segue orientação do partido deve ter um tratamento e o que não o faz deve ter outro".
Perversidade" Candidato do PDT à presidência da República no ano passado, Ciro Gomes não compareceu à reunião da sigla, mas enviou um vídeo no qual afirma que é necessário mostrar a população "as perversidades" da reforma da Previdência. Ele convocou a população a pressionar os parlamentares em relação a proposta de emenda constitucional (PEC).
"Nossa convenção acontece com algumas tarefas, como aprofundar nossa unidade para fazer frente aos primeiros passos de um desgoverno que está levando o Brasil a um ambiente de confusão. Precisamos ajustar nossa tática para os primeiros enfrentamentos práticos, como ajudar o povo a entender as perversidades na reforma da Previdência de Jair Bolsonaro e renovar os esforços de militância", disse Ciro, que afirmou não estar presente por "um compromisso inadiável no Ceará". Ainda sobre a reforma da Previdência, Ciro disse que é preciso tirar o debate do Congresso Nacional e levá-lo para os estados e municípios.
"Estamos estudando a reforma, são 66 páginas e a tarefa é tirar o debate de Brasília. Esse debate tem que ser feito nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais, escutando categorias, como professores e policias. Precisamos lembrar ao povo brasileiro é que a tarefa de deputado não é fazer lobby dos poderosos", disse Ciro.
Ele destacou ainda que cada cidadão deve enviar mensagens e abordar os seus escolhidos para a Câmara e para o Senado para pedir que se aprofunde o debate e que não se faça a reforma da Previdência "pesadamente em cima dos mais pobres e privilegiando os mais ricos".
Além de críticas a Bolsonaro, Ciro lembrou de erros, que em sua avaliação, foram cometidos pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT. "Não dá para passar pano e achar que a culpa disso é dos outros. Nós próprios temos que fazer reflexões".