14/02/2020 Correio do Povo
O orizicultor gaúcho está fortemente descapitalizado, segundo levantamento apresentado ontem pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul durante a programação da 30ª Abertura da Colheita do Arroz, em Capão do Leão. Dados dos Custos de Produção do Projeto Campo Futuro, que é uma parceria da CNA com o Cepea/Esalq/USP e a Farsul, apontam que, em 2010, quando a pesquisa foi iniciada, o capital próprio do produtor correspondia a 35% dos custos. Em 2019, esse índice caiu para 10%. No mesmo período, o crédito rural com juros controlados recuou de 50% para 20% dos recursos captados. Paralelamente, revela o estudo, a captação de recursos por meio da indústria, inexistente em 2010, agora é responsável por 50% do volume financiado. Os recursos livres dos bancos privados chegaram a 5% em 2019 e das revendas e cooperativas a 15% (montante que se manteve estável nas últimas dez safras). Para o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, o recuo no volume de recursos do crédito com juros controlados demonstra que esta forma de financiamento está esgotada. Da Luz analisa que a dependência de recursos externos acaba por afetar diretamente o gerenciamento do negócio e a descapitalização fragiliza o produtor. “O efeito da queda do capital próprio é que ele (o produtor) compra mal os insumos e vende mal seus produtos”, avalia