29/11/2019 Correio do Povo
O governador Eduardo Leite (PSDB) está convicto de que o projeto de alterações na carreira do magistério representa avanço em relação a situação atual, e atribui as resistências ao texto, à incompreensão e a informações distorcidas. “Injustiça seria deixar como está. O Cpers usa suas ferramentas e sua forma de atuação, distorcendo números, para garantir sua tese. É a manipulação de dados para vender um sonho inviável para uma categoria”, disse o tucano, em encontro com jornalistas no Piratini. A proposta de alterações para o magistério se tornou o centro dos debates e das críticas, colocando em segundo plano, por ora, as demais matérias do pacote de alterações nas carreiras do funcionalismo e na previdência estadual. O tucano mencionou que o governo está dialogando e sinalizou que alterações podem ocorrer. Ao mesmo tempo, no entanto, defendeu incisivamente a tabela de níveis referentes à carreira do magistério, que é justamente um dos principais alvos de críticas da categoria e de aliados, como a bancada do MDB, a maior da base. Leite disse ainda que o governo não acha viável estabelecer mais tempo para as discussões, adiando as análises para janeiro, outra reivindicação de ala de deputados da base e da categoria. Ele sustenta ser possível esclarecer as dúvidas e manter o cronograma estimado para as votações, entre os dias 17 e 19 de dezembro. “No ano que vem teremos eleições, e o cenário ficará contaminado. Achamos ser possível enfrentar o tema em dezembro e iremos ao extremo para fazer o necessário. Não serei acusado de omissão. Se não quiserem avalizar o plano, continuaremos com a bomba relógio”, disse Eduardo Leite, emendando: “meia reforma não adianta, precisamos da reforma necessária”. n O Ministério Público de Contas (MPC), em parecer prévio, recomendou a rejeição das contas do governo José Ivo Sartori relativas a 2018. Esta foi a 12ª vez que o procurador-geral do MPC, Geraldo da Camino, recomendou a rejeição das contas do Executivo estadual. Todas elas foram ignoradas pelo pleno do TCE, que trata com parcimônia as prestações do governo do Estado, e com rigidez inflexível as contas de gestores municipais. Colaborou Lucas Rivas Deputados querem plano de carreira ‘atrativo’ Apesar do otimismo do governador Eduardo Leite, de que será possível esclarecer dúvidas e negociar alterações até o dia 17 de dezembro, entre aliados a avaliação é distinta. Deputados da base, mesmo os que defendem a necessidade de reforma, estão convencidos de que a proposta de carreira do magistério precisa passar por alterações profundas. “Se o governo quer mudar o plano de carreira, tem que torná-lo mais atrativo. Como está, a proposta não incentiva a progressão na carreira. O início eofim estão muito próximos. Não há incentivos para realização de mestrados e doutorados”, disse o deputado Gabriel Souza (MDB), partido que se tornou uma espécie de fiel da balança.