01/07/2011 ZH
Adiada, taxa para motoristas que integrava pacote de Tarso será retirada da Assembleia por falta de apoios para aprovaçãoVocê que é dono de carro, moto ou caminhão, pelo menos por enquanto continua livre da taxa anual de R$ 54,83 que o governo estadual pretendia cobrar por uma vistoria obrigatória. Não há condições de o Piratini levar o projeto à votação. Deputados da base aliada, que recém aprovaram a controversa reforma na previdência, não querem saber de mais desgaste com eleitores.
Depois de o governador Tarso Genro ter dito que retiraria o projeto da inspeção veicular da Assembleia se os aliados pedissem, a bancada do PDT aprovou ontem o pedido para que a proposta seja rediscutida. O governo deve retirar o projeto nos próximos dias. A inspeção verificaria o nível de poluição sonora e de emissão de gases poluentes dos veículos. Na prática, a taxa seria o menor gasto dos proprietários, já que os reprovados na vistoria teriam custos bem maiores com oficina. Diz o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana:
– É evidente que nossa intenção inicial era que o projeto fosse votado. Mas os deputados têm a sensibilidade de quem está na ponta do processo, conversando com a população. Por esta razão, achamos que sim, é possível retirarmos o projeto.
Pestana sabe que boa parte dos parlamentares está sem disposição para enfrentar mais um plano polêmico. Afinal, 4,8 milhões de gaúchos seriam atingidos. Três dias atrás, em uma sessão de 16 horas, a base aliada já garantiu a aprovação do aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% aos funcionários públicos.
– A base inteira está receosa com essa inspeção veicular. Nossa ideia é rediscutir a proposta, começar do zero – afirma o deputado Gerson Burmann, líder da bancada do PDT.
E Tarso disse ontem que aceitaria o pedido. Cassiá Carpes (PTB) é um dos deputados que resistem à vistoria.
– Lá atrás eu já havia dito: não voto nisso aí. Primeiro, porque é um imposto. Segundo, porque teria de se fazer convênios com municípios, e aí pode até abrir brecha para corrupção como houve no Detran – diz o petebista.
PAULO GERMANO